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12 de fevereiro de 2011

Warley sonha em surpreender o São Paulo e adiar 100º gol do amigo Ceni

Luiz Ricardo Fini São Paulo (SP)

Acervo/Gazeta Press
O atacante marcou seis gols pelo Tricolor

O atacante Warley chegou ao São Paulo, em 1999, ainda como um garoto pouco conhecido com o sonho de brilhar em um dos maiores clubes do país. Depois de 12 anos e passagens por diversas equipes, o jogador reencontra o Tricolor na noite de quarta-feira, desta vez com o status de principal destaque do Treze-PB, clube postulante a ser zebra no retorno dos são-paulinos à Copa do Brasil.

Nesta entrevista exclusiva à GE.Net, Warley manifesta seu desejo de surpreender o São Paulo e conseguir levar a decisão para o estádio do Morumbi, o que só acontecerá se o time paraibano não perder por dois gols ou mais de diferença em Campina Grande.

Com bom humor, o atacante revela gratidão pelas chances que recebeu de Paulo César Carpegiani em 1999 e se diz amigo de Rogério Ceni, mas torce para que o 100º gol do goleiro seja marcado em outra partida.

Além de ter disputado 26 jogos (com seis gols) pelo Tricolor, Warley Silva dos Santos também exibe no currículo passagens por Udinese-ITA, Grêmio, Palmeiras, Atlético-PR e São Caetano, entre outros.

Gazeta Esportiva.Net: O que o Treze pode fazer no jogo contra o São Paulo? Warley: A expectativa é a mais positiva possível. Alguns jogadores iniciaram a pré-temporada há dois meses e nosso primeiro pensamento é tentar levar para o segundo jogo. O estádio estará cheio, nosso time é bom e o esporte está muito nivelado, podemos surpreender aqui dentro. Isso sempre faz parte do objetivo do grupo. Com muito respeito, sabemos que nossa chance é aqui, porque jogamos em casa, com o apoio da torcida apaixonada. GE.Net: Você teve uma passagem pelo São Paulo em 1999. Como foi seu período no clube? Warley: Foi um dos melhores momentos da minha carreira, pois o São Paulo é um clube muito profissional e, pelo que fiz no time, fui para a seleção. O treinador era o Carpegiani e me incentivou bastante. Só tenho a agradecer ao São Paulo, fui muito feliz lá dentro. Infelizmente, não conquistei títulos, mas recebo o carinho dos torcedores por onde passo, apesar de ter jogado também por Palmeiras e ter eliminado o clube pelo São Caetano.

Acervo/Gazeta Press
Warley agradece ao apoio de Ceni

GE.Net: Em sua época no Morumbi, o Carpegiani tinha também vários jogadores renomados, mas você foi titular de diversos jogos no início da temporada. Foi uma surpresa? Warley: O São Paulo tinha Dodô, França, Raí, Márcio Santos, Jorginho, Marcelinho (Paraíba)... Eu era muito novo e tinha a confiança do Carpegiani, tinha sido convocado para a seleção graças ao trabalho dele também. Era um prazer jogar com aquele grupo, não tinha vaidade. Houve jogos em que jogávamos Dodô, França e eu juntos. GE.Net: O São Paulo está enfrentando problemas com a defesa. Você acha que o Treze pode tirar vantagem deste momento? Warley: Pode ser bom, mas cada jogo é um jogo. Ele está oscilando e perdeu para o Botafogo-SP, mas ganhou bem outras partidas. Não podemos nunca ter esse tipo de comparação. Deixamos para o (técnico Marcelo) Villar estudar, porque ele conhece muito bem e trabalhou um bom tempo no Palmeiras. Depois, ele vai nos passar as informações.

GE.Net: O que você guarda de marcante de sua passagem pelo São Paulo? Warley: Quando estreei, participei do gol do Dodô em meu primeiro toque na bola. O Serginho pegou na bola e me lançou na esquerda, abri as pernas e tirei o zagueiro. Depois, toquei para Dodô fazer o gol. Isso foi o que mais me marcou. Nunca tive um início tão positivo. Aquilo fez a torcida ter uma confiança a mais em mim. (Nota da redação: a partida foi contra o Botafogo e terminou 2 a 0 para o Tricolor). GE.Net: Daquela época, além do Carpegiani, os únicos jogadores que você vai reencontrar são Marcelinho Paraíba e Rogério Ceni. Como era sua relação com o goleiro? Warley: Ele já era um ídolo. É um líder não só no clube, mas para todos os jogadores. Tive o prazer de conviver com ele, que é uma excelente pessoa e me ajudou bastante, pois eu era garoto e estava em um clube grande. Sempre me espelhava nos mais renomados e o Rogério conversava bastante comigo. Como atacante faz trabalho de finalização com os goleiros, ele me ajudava neste quesito. GE.Net: O Rogério está em busca do 100º gol na carreira. Pelas contas do São Paulo, só faltam três. Corre algum risco de ele marcar o gol histórico no jogo de quarta-feira? Warley: Ele vai chegar ao 100º, mas em um jogo em São Paulo, não pode ser aqui em Campina Grande (risos). Deixa para fazer contra outro time, há vários jogos do Paulista... É meu amigo, mas espero que não seja na Copa do Brasil.

Marcelo Ferrelli/Gazeta Press
O atleta também atuou pelo Palmeiras

GE.Net: Em 2004, você estava no São Caetano que eliminou o São Paulo nas quartas de final do Campeonato Paulista. Como foi derrubar o Tricolor no caminho para o título do Azulão? Warley: Fui bem várias vezes que joguei contra o São Paulo, atuando por São Caetano, Grêmio e Palmeiras. O Rogério até brinca que toda vez faço gol neles. Tenho um pouco de sorte jogando contra o São Paulo, mas o carinho continua o mesmo. Naquela mesma época, estávamos na Libertadores e a equipe estava bem focada. Por isso, fomos com tranquilidade contra o São Paulo, porque sabíamos que tínhamos a Libertadores. Jogamos sem muito compromisso e conseguimos a vitória, até porque nosso grupo era muito bom e tinha um grande treinador, o Muricy Ramalho. GE.Net: Depois, em 2005, você voltou a se destacar contra o São Paulo. O Tricolor abriu três gols de vantagem em um clássico contra o Palmeiras, mas vocês empataram e o último gol foi seu, por cobertura sobre o Rogério. Acha que poderia ter virado? Warley: Depois desse gol, não teve jeito de conversar direito com o Rogério, eu saí correndo e fiquei dando entrevistas. Foi um dos gols mais bonitos da minha carreira e importante também. Mesmo com carinho pelo São Paulo, foi um gol marcante para a torcida do Palmeiras, porque tivemos uma reação surpreendente. As pessoas pensavam que levaríamos cinco ou seis gols, mas tiramos forças para reagir, porque estávamos em um momento muito difícil. O Leão tinha acabado de chegar e deu uma engrenada naquela época. Se o jogo tivesse mais dez minutos, eu poderia ter feito até mais um gol, mas o São Paulo também poderia ter marcado (risos). GE.Net: Como você disse, as atuações pelo São Paulo o fizeram ser chamado para a seleção brasileira, inclusive sendo campeão do Pré-olímpico de 2000. Ficou chateado por não ter dado sequência? Warley: O Vanderlei Luxemburgo me convocou até para a seleção principal, para disputar a Copa das Confederações de 1999, quando perdemos para o México na final. Disputei nove jogos pela principal. Depois, o Luxemburgo me deu sequência no Pré-olímpico. Mas não tive como continuar, porque fui para a Udinese e machuquei o ombro. Era uma cirurgia delicada e levei seis meses para voltar, ou seja, perdi as Olimpíadas. Tinha participado dos amistosos, de tudo, mas não pude ir. O próprio Luxemburgo me ligou para perguntar como estava, e foi uma decepção muito grande não ter ido. O Brasil perdeu para Camarões, mas quem sabe eu poderia ter ajudado lá. Não foi culpa de ninguém.

Marcelo Ferrelli/Gazeta Press
Warley foi campeão paulista pelo Azulão

GE.Net: No Treze, você é o jogador mais famoso. Isso faz com que seja o líder do time? Warley: Cheguei faz três semanas, disputamos alguns amistosos e estreamos com vitória por 4 a 0 no campeonato. A cidade está muito feliz. E o torcedor do Nordeste é diferente do restante do Brasil. A paixão é igual dos outros lugares, mas há um fanatismo. Eles gostam de estar em treinamento e acompanham o jogador. Quando tem jogo importante, 500 pessoas vão ao treino. O presidente me ligou, falou que tinha um projeto muito bom e que precisava de mim. As pessoas me perguntaram se eu viria para a Paraíba, mas gostei bastante da cidade e dos planos do clube. GE.Net: Você completa 33 anos no domingo. Qual é o presente que espera receber de aniversário? Warley: Não preciso nem falar, prefiro deixar uma interrogação (risos). Espero ganhar o presente na quarta, torço para receber alguma coisa boa. Vamos nos concentrar para o jogo.

Fonte: GE.Net

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