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31 de maio de 2011

Correr descalço ou com tênis? O que os especialistas dizem sobre o tema

Movimento defende que deixar o pé em contato direto com o solo é benéfico e ainda pode proteger as articulações. Veja os pontos positivos e negativos

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro

atletismo rashid Ramzi corrida descalço (Foto: agência Getty Images)Correr descalço é uma boa? Especialistas podem tirar sua dúvida (Foto: agência Getty Images)

Na contramão da indústria do calçado, que não para de buscar inovações tecnológicas para produzir pares de tênis cada vez mais modernos, uma empresa do ramo resolveu apostar na simplicidade para vender seus produtos. Ela lançou uma sapatilha sem qualquer sistema de amortecimento, que possui um solado emborrachado apenas para proteger os pés de possíveis detritos no trajeto, como se os corredores estivessem descalços. O intuito é fazer com que os atletas possam mudar a forma de pisar no chão e assim evitar danos nas articulações. Mas correr sem a proteção dos amortecedores é realmente um bom negócio?

Em uma modalidade na qual o impacto entre atleta e superfície é alvo de uma série de cuidados, até por conta dos possíveis problemas que possam surgir em regiões como coluna, quadril, joelho e tornozelo, a nova moda chama a atenção, principalmente quando se usa o termo lesões.

Em países como os Estados Unidos, por exemplo, existe um grande movimento em torno da corrida descalça. A justificativa dos defensores dessa linha é que, com o uso do tênis, a tendência é que o primeiro contato do pé com o solo seja feito com o calcanhar, que fica mais elevado por conta do sistema de amortecimento, causando assim um impacto maior nessa região. Já quando se está descalço, por não hão haver o volume do solado, o encontro com a superfície é na região do ante-pé, próximo dos dedos, aliviando o choque com as articulações (Veja o funcionamento no infográfico abaixo*).

* Fonte: New Jersey Sports Medicine and Performance Center

Five Fingers Corrida de rua (Foto: Divulgação/Site Oficial)Sapatilha Five Fingers simula a corrida sem tênis (Foto: Divulgação/Site Oficial)

- A intenção é fazer que a pessoa corra como nossos antepassados, entrando com a ponta do pé no chão. Os defensores do FiveFingers (nova sapatilha que simula a corrida descalça) alegam que o corredor recebe muito mais impacto com o calcanhar do que quando entra com o ante-pé. O amortecimento do tênis é para a melhor absorção do impacto, mas mesmo assim há o choque. Correndo das duas formas existe o impacto, que é mais intenso no joelho e na coluna quando o contato com o solo é feito pelo calcanhar. Os teóricos alegam ainda que o corredor respeita assim mais a natureza do corpo - afirma o treinador Manuel Lago.

Os defensores da "corrida descalça" alegam ainda que o contato direto do pé com o solo exige dos músculos da perna um trabalho maior do que o aconteceria caso a pessoa usasse tênis. Mais desenvolvidos, eles então protegeriam melhor as articulações.

Pensa em deixar o tênis de lado? Especialistas podem ajudar

Pode soar um pouco contraditório que correr sem qualquer sistema de amortecimento possa ser uma boa solução para aliviar lesões relacionadas à problemas de articulações. O que não deixa de ser uma verdade. Por isso, especialistas indicam esse método apenas em situações específicas.

tênis maratonistas corrida de rua (Foto: Getty Images)Pensa em deixar o tênis de lado? Especialistas podem te ajudar (Foto: Getty Images)

- A avaliação é subjetiva. Eu não recomendo deixar de usar tênis simplesmente, embora possa ser uma opinião particular. Eu não indicaria também para corridas longas, já que assim há o risco de machucar as articulações. Já na grama e na areia, por exemplo, eu acho que tem a indicação. Também não vejo problema em um trote na esteira ou uma caminhada na praia - diz o médico Maurício Garcia, coordenador do setor de fisioterapia do Instituto Cohen de Ortopedia, Reabilitação e Medicina do Esporte.

Antes de fazer a mudança, vale a pena levantar umas questões"
Manuel Lago

- Antes de fazer a mudança, vale a pena levantar algumas questões. Se a pessoa, por exemplo, sempre correu de tênis e nunca teve lesões, por que mudar? Mas se vive se machucando, de repente vale a pena tentar a troca. De qualquer forma, é preciso fazer uma adaptação, respeitando o corpo e vendo se acontecem modificações maléficas. A pessoa tem que se perguntar sempre: por que usaria? O meu conselho é que a pessoa reflita antes de mudar - diz Manuel Lago.

O fisioterapeuta chama a atenção também para alguns cuidados que devem ser tomados caso o corredor já tenha uma idade mais avançada.

- Não orientaria jamais que uma pessoa acima de 40 anos use a sapatilha para corrida. É uma articulação que já tem um desgaste degenerativo e poderia acelerar o problema com o uso dela. Já os mais jovens têm músculos e ossos mais sadios e fazem melhor essa transição - conclui.

27 de maio de 2011

Perigo das lesões do esporte nas crianças

Fraturas, lesões de cartilagem e outras complicações. Combinação de modalidades esportivas e alta intensidade pode ser prejudicial.
Revista Época.com

O carioca Renier Mamede Pina, 8 anos, faz judô há quatro e nunca tinha quebrado um dedo sequer. Em novembro do ano passado, resolveu expandir suas habilidades e foi para uma escolinha de futebol. Mas já nos primeiros passes ele entrou em uma bola dividida, caiu de mau jeito e quebrou o braço. Renier não é exceção, é regra: o risco de lesão é inerente a crianças que praticam atividades esportivas. A questão é que, com o aumento do número de meninos e meninas que praticam esportes regularmente – já que a maioria dos pais reconhece as vantagens da atividade física –, o registro de lesões sérias em crianças também tem crescido. “Há 15 anos, por exemplo, não tínhamos tantos menores com lesões de ligamento”, afirma o médico Moisés Cohen, professor da Universidade Federal de São Paulo. Trata-se de um fenômeno mundial. Segundo um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, dos cerca de 38 milhões de crianças e adolescentes americanos de até 14 anos que praticam esportes, 3,5 milhões recebem tratamento médico, por ano, para alguma lesão sofrida. Os principais traumas são as contusões, fraturas e lesões da cartilagem de crescimento (ela transforma-se em osso). Essas não dependem de um histórico e não há como garantir que não vão acontecer. A prevenção é no campo ou quadra mesmo, por meio de orientação técnica e do uso de equipamentos adequados que estejam de acordo com a altura e o peso dos esportistas. “Além disso, aquecimento e alongamento devem ser levados a sério e feitos no início e final da atividade”, diz Edson Terra Cunha Junior, supervisor de esportes olímpicos do Flamengo e coordenador das escolinhas oferecidas pelo clube no Rio de Janeiro. “Quanto mais a musculatura estiver alongada, menor a possibilidade de lesão.” Mais difícil de diagnosticar e tratar, a lesão crônica ou por esforço excessivo não surge de uma partida de futebol. É necessário um histórico de sobrecarga para que ela comece a ser sentida. Assim, é mais comum em quem já compete em alguma modalidade ou em crianças que praticam esportes diversos. “A prevenção começa exatamente com um planejamento das atividades físicas das crianças”, afirma André Pedrinelli, presidente do Comitê de Traumatologia Esportiva da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Outra recomendação aos pais é ficar atentos para que os esportes escolhidos, quando mais de um, não exijam o mesmo esforço motor. Basquete e vôlei juntos, por exemplo, não é uma boa ideia, pois em ambos trabalha-se muito com os pulsos e os braços. Se o futebol substituir um dos dois na combinação, alivia. “Um programa de atividades cross-training, que trabalha diversas partes do corpo, é uma boa maneira de reduzir e prevenir as lesões por esforço excessivo”, diz Lindsay Hansen, da organização Safe Kids USA, que advoga pela redução de lesões na prática de atividades esportivas por crianças. A intensidade do exercício é o outro grande vilão. O estudante paulistano Francisco Fernando Corrêa de Almeida Nobre, 13 anos, pratica esqui desde pequeno e hoje participa de competições internacionais. Há três anos, no entanto, o sonho de um dia ser campeão começou a ser assombrado por uma forte dor no joelho. O diagnóstico foi de osteocondrite (comprometimento da cartilagem e do osso abaixo dela). Há seis meses ele deu início a sessões de fisioterapia para fortalecer a musculatura da região, mas também teve de mudar a carga de treino, recomendação número 1 de especialistas para casos de lesão crônica. “Não cheguei a ficar sem treinar e competir, mas reduzi o esforço”, conta. No último ciclo de preparação, por exemplo, Francisco se exercitou por apenas 20 dias, metade do que costumava fazer. Aprendeu a respeitar a dor e hoje quase não a sente mais. A sobrecarga pode acontecer também devido a um longo período de treino sem pausa. As interrupções são essenciais para garantir a boa condição do corpo. “Não dá para jogar futebol em ritmo regular o ano inteiro. É fundamental parar um pouco”, diz Pedrinelli. Por fim, na hora de escolher o clube ou a escolinha, os pais devem levar em consideração a infraestrutura oferecida. “É fundamental ter orientação de professores de educação física, além do amparo de uma equipe médica no local para que a criança tenha a melhor saúde possível”, diz o especialista Cohen.

Por Luciani Gomes

26 de maio de 2011

Comer tarde da noite provoca aumento de peso

Pessoas que dormem tarde consomem mais calorias no jantar.
Folha.com
Há anos, existe um debate sobre a ligação entre comer tarde da noite e o ganho de peso. Mas, embora muitos especialistas em dieta suspeitem dessa ligação, ela não foi comprovada em estudos. Grande parte da pesquisa sobre o assunto foi realizada com animais e com resultados mistos. Um estudo de primatas realizado em 2005 na Universidade de Saúde e Ciências de Oregon descobriu que refeições feitas tarde da noite não causam ganho de peso e, se a refeição for às 10h ou às 22h, o valor calórico será o mesmo. No entanto, um estudo realizado com homens e mulheres adultos, publicado em abril no jornal "Obesity", reforça a argumentação de que comer tarde afeta muito a cintura. No estudo, os pesquisadores acompanharam os padrões de dormir e comer de 52 pessoas por sete dias. Cerca de metade dessas pessoas dormia tarde, sendo o ponto médio de seus ciclos de sono às 5h30 ou mais tarde. Os demais dormiam normalmente, sendo seus pontos médios de sono antes das 5h30. No final do estudo, os cientes descobriram que as pessoas que dormiam tarde tinham índices de massa corporal mais altos, normalmente consumiam mais calorias no jantar e comiam menos frutas e vegetais. Elas também dormiam menos horas, hábito geralmente vinculado ao ganho de peso. No entanto, mesmo depois de se ajustar a essas e outras variáveis, os cientistas descobriram que comer após as 20h está associado ao índice de massa corporal mais alto, sugerindo que as calorias ingeridas à noite, por algum motivo, são mais prejudiciais ao seu peso. Em resumo, estudos recentes sugerem que comer à noite pode, de fato, causar mais ganho de peso, embora o motivo não seja claro. Por Anahad O'Connor Do "New York Times"

25 de maio de 2011

Brasileiros conseguem examinar cérebro durante exercício físico

Pesquisa com ciclistas torna possível medir a atividade cerebral durante o exercício. Estudo foi realizada em conjunto entre pesquisadores brasileiros e sul-africanos.
Portal Terra

Cientistas sul-africanos e brasileiros anunciaram, esta segunda-feira, ter descoberto uma forma de medir a atividade cerebral de ciclistas em velocidade de corrida, abrindo uma nova frente no estudo de como o cérebro funciona durante a prática de atividades físicas. O estudo, realizado por pesquisadores da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, e da Unicamp, usou um escâner de ressonância magnética especialmente projetado pelos brasileiros para manter as cabeças dos atletas no lugar enquanto eles foram mantidos na posição horizontal, movimentando pedais acoplados a um monitor de desempenho. A equipe de pesquisa ainda está coletando dados para o estudo, mas prometeu divulgar novas informações sobre quais áreas do cérebro controlam o exercício e a relação entre o desempenho esportivo e o cérebro. "Por causa da dificuldade do projeto, técnica, equipamento e metodologia, pouca informação está disponível nesta área de pesquisa da ciência esportiva", disse Elske Schabort, estudante de pós-doutorado do centro de ciência esportiva da universidade. "A oportunidade de estar entre os primeiros a iniciar pesquisas tão novas possibilitará que façamos grandes progressos em nosso trabalho de tentar entender e descrever o papel do cérebro e do sistema nervoso central durante a prática de exercícios e a regulação da performance", acrescentou. Um grupo de sete ciclistas de competição deitou dentro do escâner e fez teste de desempenho. Os primeiros resultados do estudo devem ser divulgados no próximo mês, disse Eduardo Fontes, aluno de doutorado da Uiversidade de Campinas. Da AFP

21 de maio de 2011

Sem resultado? Talvez seu treino esteja errado

Professores opinam sobre os principais tipos de treinamento. Tabela simples auxilia iniciantes no reconhecimento das qualidadesde cada um deles.
Uol.com.br

Todo mundo, ao começar a malhar tem algum objetivo seja emagrecer, bombar, melhorar a saúde ou só definir músculos. O professor é quem prescreve um treino que consiga fazer o aluno chegar onde ele quer. Se você malha, malha e seu objetivos não são atingidos, é preciso reformular o treino. Confira aqui como deve ser o treino para os diferentes objetivos. Para avaliar o treinamento, o melhor é medir periodicamente aquilo que você quer modificar. Se pretende emagrecer, pode avaliar pelas roupas, pelo peso ou fazer uma análise mais detalhada da composição corporal na academia. A primeira coisa a prestar atenção é que não adianta copiar os exercícios do cara marombado da academia ou da gostosa da televisão. Mário Pozzi, professor da Needs Fitness, explica que a intensidade dos exercícios depende do nível de treinamento do aluno. A individualização do treino é essencial mesmo quando o objetivo é a hipertrofia. No nível iniciante, as etapas de progressão das cargas devem ser respeitadas. É preciso também saber diferenciar resultados imediatos daqueles a longo prazo. Edmilson Kawanaka, professor da academia Competition e pós-graduado em treinamento desportivo, explica que as pessoas confundem às vezes a adaptação aguda (sentida logo após a sessão de treino, que normaliza depois de algumas horas, exemplo: sinto-me mais inchado) da adaptação crônica (o que acontece de forma mais lenta e duradoura). Para Kawanaka, se os objetivos não estiverem sendo alcançados, toda a programação tem que ser revista, tipo de treino, carga, periodicidade, alimentação e descanso. Kawanaka diz que os alunos de academia geralmente querem perder gordura corporal e ganhar massa muscular. Para quem quer perder peso ele indica treino de resistência muscular (com 15 repetições– ver tabela abaixo) três vezes por semana, com um exercício aeróbio antes para aquecer e exercícios aeróbios contínuos (ver tabela abaixo) mais longos duas vezes por semana. Segundo Kawanaka, atualmente os alunos procuram um trabalho de musculação com o objetivo de melhorar seus desconfortos como dores articulares, dores na coluna etc. Ele indica trabalhos isométricos (ver tabela abaixo) para esse tipo de trabalho, realizando exercícios parados, segurando o peso estático. Ele recomenda esse tipo de exercício três vezes por semana combinado com aeróbio (duas vezes por semana) e alongamento geral diário. Para os que querem ganhar massa muscular, Kawanaka indica treino de resistência muscular (com 12 repetições – ver tabela abaixo) quatro vezes por semana, dividido em dois treinos alternados, o descanso deve vir depois de um treino de cada tipo (por exemplo, quarta feira, se treinar segunda e terça). No final de semana ele recomenda um dia de treino leve aeróbio, por exemplo, 30 minutos. A personal trainer Tatiana Vieira, professora do Instituto Leven, diz que quando se trata de exercícios resistidos (musculação), o único momento em que a pessoa ganha força e não ganha massa muscular é no início do treinamento (três primeiras semanas). pois nessa fase a pessoa passa por uma adaptação neural, aprendendo a fazer o exercício com mais eficiência. Após esse período inicial, os treinamentos passam a gerar uma certa hipertrofia. Para os que não querem ganhar muita massa muscular, uma dica é associar treino de musculação com aeróbios contínuos (ver tabela abaixo). Como o exercício aeróbio diminui a massa muscular, a combinação dele com a musculação é ideal para manter a musculatura, sem ganhar muito, mas também sem perder. Vieira explica que se for realizado o treinamento aeróbio de alta intensidade, além dele utilizar gordura como substrato, é possível realizar treinamentos de força mais intensos sem correr o risco de ganhar muita massa muscular. Manter a massa muscular é importante para manter o metabolismo rápido, potencializando a perda de peso. Mas o exercício sozinho não faz milagres pelo emagrecimento, para aqueles cujo objetivo é realmente perder gordura, manter uma dieta balanceada é essencial. Os que não querem fazer musculação, apenas correr (ou pedalar, nadar etc.) precisam tomar cuidado com a perda muscular relacionada aos exercícios aeróbios contínuos. O treino intervalado (ver tabela abaixo) tem demonstrado bons resultados para quem quer praticar esses tipos de atividade sem perder a massa muscular. As diferentes aulas oferecidas pelas academias geralmente também possuem intervalos de diferentes intensidades e combinam exercícios aeróbios com um pouco de força, sendo uma opção para quem quer manter a saúde de maneira lúdica. TREINOS AERÓBIOS Auxiliam a perda de gordura e trazem benefícios cardiovasculares Contínuo (resistência aeróbia) É o treino aeróbio mais comum, com intensidade moderada e alta duração (acima de 15 minutos). A intensidade pode ser estimada pela frequência cardíaca (entre 60% e 80% da FC Máxima) ou por percepção pela respiração, a pessoa deve ficar ofegante, mas ainda conseguir falar algumas palavras. Esse treino é conhecido por auxiliar na perda de gordura, mas pesquisas apontam que ele pode causar diminuição na massa magra (músculos), que pode ser atenuada combinando esse treinamento com exercícios com pesos. Esse tipo de treinamento também é importante para aqueles que desejam melhorar sua saúde, pois melhora a capacidade cardiorrespiratória, diminuindo o risco de problemas relacionados ao sedentarismo. Intervalado Esse treinamento consiste em pequenos períodos (10 segundos a 2 minutos) de exercícios de intensidade alta com intervalos de descanso entre eles, podendo ser descanso ativo, com caminhadas ou trotes leves ou descanso passivo, parado. O descanso deve ser até você estar apto a praticar o exercício em alta intensidade novamente. Pesquisas mostram que esse tipo de treino tem os mesmos benefícios que o contínuo e após o segundo mês de treinamento parecem ter resultados melhores na perda de gordura. Com esse tipo de treinamento a massa muscular é preservada, pois ele não apresenta a mesma perda de massa magra que o exercício contínuo. MUSCULAÇÃO Treino realizado com resistência (pesos, máquina etc.) e aumenta a massa muscular e a força Força Muscular Esse treino é mais indicado àqueles que querem ganhar força, mas não necessariamente ganhar grande massa muscular. Todos os treinos de musculação causam ganho de massa magra, especialmente se o aluno não é praticante de musculação e vai iniciar a atividade, mas o objetivo desse treino é aumentar a força máxima do aluno. Segundo Pozzi, os pesos utilizados estão entre 90% e 100% da força máxima (chamada uma repetição máxima, a medida é feita por um teste que estima a carga máxima em que é possível realizar uma vez o exercício e não é possível repetir o movimento). Neste treino são realizadas de quatro a seis séries de uma a seis repetições para cada grupo muscular com intervalos de descanso maiores do que dois minutos entre as séries. São mais séries em menos repetições, com carga alta e velocidade de execução lenta. Hipertrofia Muscular O principal objetivo desse tipo de treino é aumentar a massa muscular, ideal para os que buscam volume muscular por questões estéticas. Aumentando a massa, a força máxima também aumenta, trazendo os benefícios do treino de força máxima. Pozzi explica que esses exercícios são feitos com cargas de 70% a 90% da força máxima. São realizadas de três a seis séries de seis a oito repetições para cada grupo muscular. Ou seja, são mais repetições, com intervalo entre as séries de três minutos, e a velocidade de execução do exercício é lenta. Potência Muscular (Força Explosiva) Esse treino tem como objetivo aumentar a velocidade de contração dos músculos, importante para algumas tarefas do dia-a-dia (se você tropeçar é a potência muscular que vai ajudar a corrigir o movimento e não cair de cara no chão ou correr atrás do ônibus) e para as atividades esportivas. Como todo o treino de musculação, esse treino causa um ganho de massa muscular e ganho de força máxima, especialmente para iniciantes. Os exercícios, segundo Pozzi, são realizados com pesos entre 60% e 80% da carga máxima, realizando de três a seis séries de seis a doze repetições. O intervalo entre as séries deve ser maior que dois minutos e a execução é rápida na fase de subida do peso, e lenta na descida, ou seja, quando o movimento é a favor do peso você deve fazer força para controlar a velocidade. Resistência Muscular Esse treino tem como objetivo aumentar a resistência do músculo para manter a força por um grande período de tempo. Por causar grande fadiga do músculo, esse treino gera um bom ganho de massa muscular e força máxima. Esse tipo de treino também é muito utilizado para iniciantes, como adaptação para iniciar os demais tipos de treinamento (de três a cinco semanas). Segundo Pozzi, as cargas para o treino de resistência devem ir de 40% a 60% da carga máxima e são realizadas de duas a quatro séries de 13 a 20 repetições por grupo muscular. São menos séries, com mais repetições e o intervalo deve ser entre um e dois minutos e a velocidade de execução é média. Isométrico Por não movimentar a articulação, esse treino é muito utilizado para aqueles que têm problemas articulares, como forma de manter a força e a musculatura, auxiliando a reabilitação. Kawanaka recomenda segurar o peso por 20 segundos em vez de fazer várias repetições. Circuito É um tipo de treino que alterna exercícios de musculação e exercícios aeróbios. Costuma ser indicado para aqueles que não têm tempo para fazer os dois treinamentos e para os que querem emagrecer. Seus resultados dependem da intensidade e duração do exercício aeróbio e do treino de musculação utilizado na combinação. Se você fizer mais musculação, ganha mais massa muscular; já se fizer mais aeróbio têm ganhos menores de massa magra e perde mais gordura. Ceres Prado

20 de maio de 2011

Mulheres fisiculturistas: beleza ou exagero?

Portal Terra

Algumas mulheres buscam na musculação uma maneira de modelar e definir o corpo, perder peso ou simplesmente um jeito de se manterem saudáveis. Outras levam o esporte tão a sério que mudam as formas naturais do corpo feminino a ponto de chocarem quem observa. Fisiculturismo ou body building é o nome dessa modalidade, a vertente mais extrema da musculação. Mas afinal, por que algumas mulheres escolhem potencializar seus músculos dessa maneira?

Foi em busca de uma resposta para essa pergunta que o fotógrafo Andre Arruda decidiu clicar algumas praticantes do fisiculturismo. Ele teve a idéia quando, zapeando a TV, viu uma competição feminina do gênero. Acostumado a fotografar mulheres, ele conta porque o assunto o intrigou tanto. "Os corpos tinham outras formas e eu queria saber o que levava a mulher a ficar desse tamanho. A idéia me perseguiu até que eu fui achando as meninas. Eu encontrei uma atleta e quis fotografá-la nua, fazer algo que fugisse de uma coisa que já foi feita", conta.

O resultado do trabalho foi a exposição "Fortia Femina", que busca entender a questão da aceitação da imagem e do preconceito envolvida na prática do fisiculturismo. Arruda conta que se aproximou muito das quinze mulheres que fotografou. De seu envolvimento e suas conversas ele concluiu que, por meio da pratica do fisiculturismo, elas buscam passar por uma espécie de processo de aceitação. "Entre essas meninas, algumas nunca eram tiradas para dançar na festa. Dentro de certo contexto, a musculação é uma maneira de se encontrar, como uma válvula de escape", explica.

O processo de aceitação - que consiste em modificar de maneira drástica as características do corpo - passa dentro do pequeno, porém complexo, universo do fisiculturismo brasileiro. O esporte começou a ser a praticado apenas por homens e foi oficializado em 1940. No entanto, foi apenas no final dos anos 1970 que mulheres começaram a explorar essa prática - que o fotógrafo acredita ser uma manifestação do crescente papel feminino no mundo ocidental. Além disso, o fisiculturismo - que é também chamado de body building - é o mais intenso de quatro tipos variados de musculação profissional que existem. O esporte pode se tornar intenso a ponto de fazer com que as mulheres que o praticam sofram preconceito ou até sejam confundidas com homens. Umas das 15 fisiculturistas que Arruda fotografou, por exemplo, já foi agredida na rua. Esse preconceito bate de frente com a aceitação que algumas mulheres buscam no esporte, já que suprime a feminilidade e acaba fazendo com que aquela mulher deixe de ser associada à docilidade e fragilidade, por exemplo. Para o fotógrafo, os sinais que colocamos em nosso corpo são como distintivos sociais. Na opinião dele, na maioria das vezes há o objetivo de chamar algum tipo de atenção. E sem dúvida esse objetivo é atingido. Gal Ferreira Yates, que é atleta de figure - categoria praticada apenas por mulheres que exige pouco volume e definição musculares para manter a feminilidade -, conta sua experiência. "Sou forte, mas não sou tão musculosa assim. Força é diferente de hipertrofia. Mas claro que chamo a atenção tanto de homens quanto de mulheres, pois sei que tenho um físico diferenciado, e devo dizer que muitas vezes as mulheres olham e comentam mais do que os homens", conta a atleta. Ela, que pratica esportes desde os seis anos de idade, tem hoje 36 anos e é campeã mundial de figure. Arruda pode não ter enxergado uma motivação exata pela qual as mulheres praticam esse esporte, mas pelo contato que teve com as fisiculturistas pode pincelar por qual motivo acredita que a sociedade ainda as olha de uma maneira enviesada. "Elas sempre me soaram como borboletas saindo do casulo. Isso incomoda um pouco em uma sociedade que é meio leniente. Esse compromisso é assertivo numa sociedade em que os valores de certo e errado não são muito bem definidos". Um preconceito como esse está longe de ser combatido e os limites entre beleza e exagero ainda são muito marcantes. Mas o fotógrafo acredita que atitudes como a dele, de abordar o assunto sob uma perspectiva diferente, podem ajudar a diluir uma visão distorcida sobre o assunto. "Fico feliz que as pessoas olhem a mulher de uma maneira menos reativa e mais compreensiva", pontua. Por Giulia Lanzuolo

19 de maio de 2011

Conheça as principais ações para ''eliminar'' a obesidade

Refeições líquidas, afastar-se da televisão e pesar-se todos os dias são alguns dos segredos para manter a forma depois de emagrecer.
Isto É - Independente

Emagrecer o bastante para deixar de ser obeso é uma grande vitória. Mas não é o fim do combate. Para ganhar de verdade essa luta existe uma segunda batalha a ser vencida, igualmente difícil, que é evitar a recuperação do peso. “Pelas estatísticas atuais, apenas quatro em cada dez pessoas que emagrecem mantêm o peso certo um ano depois”, revela o psiquiatra Adriano Segal, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Agora, novos estudos começam a revelar as estratégias com chances reais de sucesso contra a volta ao peso anterior. Nos Estados Unidos, há duas iniciativas importantes: uma mantém sob observação pessoas que emagreceram mais de 20 quilos e se conservam no peso certo cinco anos após a dieta e a outra acompanha indivíduos em processo de emagrecimento. A primeira é o National Weight Registry Control (NWCR), organização criada pelo pesquisador James Hill, da Universidade do Colorado. Este mês, Hill lançou um resumo de um estudo sobre os hábitos mais comuns entre essa população. Ele descobriu, por exemplo, que 98% não limitam a atividade física à academia ou clube. “Eles costumam andar na vizinhança e usam esteira ou bicicleta ergométrica em casa”, disse Hill à ISTOÉ. Outros dados: a maioria não ingere mais de 1.380 calorias por dia, raramente comete excessos alimentares nos finais de semana, preza um bom café da manhã e se pesa uma vez ao dia (leia mais no quadro). Na opinião de Hill, o desafio para salvaguardar o emagrecimento é reformular o cotidiano. “Na população bem-sucedida que estudei, vi que foram necessários cerca de três anos para transformar uma rotina mais saudável em um hábito.”

O outro grande estudo americano em andamento envolve centros clínicos de 16 universidades e foi planejado para durar onze anos e meio. Seu objetivo é interferir na rotina de pessoas que precisam emagrecer para reduzir o risco de ter diabetes (doença associada à obesidade) e observar quais atitudes estão relacionadas à perda definitiva de peso. Os resultados divulgados este ano, após 48 meses de acompanhamento, soam como novidade para especialistas renomados. “O trabalho mostrou que ir a consultas regularmente, do segundo ao quarto ano de tratamento, influencia muito a manutenção do peso”, diz o endocrinologista Walmir Coutinho, do Rio de Janeiro. Regularmente quer dizer ir uma vez por mês ou até quinzenalmente ao encontro de um dos membros das equipes multidisciplinares que tratam a doença nos centros avançados. Mais uma tendência é substituir uma ou mais refeições por suplementos líquidos. Tomados fora de uma dieta controlada, no entanto, podem até levar ao ganho de peso. Manter o contato frequente com especialistas ou orientadores é uma atitude encorajada também pelos Vigilantes do Peso. “Quem frequenta reuniões emagrece 30% melhor”, diz Fernanda Fernandes, coordenadora da organização no Brasil. A fórmula é repetida para quem entra na fase de manutenção. “Prevemos a recaída. Por isso as pessoas que atingem a meta se tornam sócias vitalícias e podem vir às reuniões que quiserem gratuitamente”, diz Fernanda. No Brasil, um trabalho da Universidade Federal de São Paulo comprovou a importância do emagrecimento progressivo. Coordenada por Ana Dâmaso, a pesquisa orientou a perda de peso de 400 voluntários com idades entre 15 e 19 anos. Com direito a consultas durante um ano e exames como a pletismografia – cápsula que permite medir a composição corporal – os jovens foram reexaminados 12 meses depois. “No princípio, 50% tinham algum grau de gordura infiltrada no fígado”, relata Ana Dâmaso. É uma alteração que eleva a chance de ter diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. Depois de um ano de dieta, metade dos jovens com o problema ficou livre dos depósitos. Um ano depois da conclusão do programa, porém, sete em cada dez tinham recuperado total ou parcialmente o peso inicial. “Além de voltar às consultas, muitos foram para a terapia”, diz Ana.

Por Mônica Tarantino

18 de maio de 2011

Testes físicos também reprovam candidatos a concursos públicos

Barras, flexões, abdominais, saltos e corrida podem frustar sonhos de candidatos. Conheças as principais características e regras de cada teste.
Tribuna do Norte.com.br

Fôlego e força não são qualidades necessárias aos “concurseiros” apenas para enfrentar a maratona de questões de um processo seletivo. Dependendo do cargo ao qual se esteja concorrendo, os estudantes têm ainda de mostrar muita disposição e preparo para superar os testes físicos, que em alguns casos reprovam, segundo números não oficiais, até 40% dos concorrentes. Executar um número mínimo de barras, flexões, abdominais, saltos e correr uma grande distância em tempo limitado são práticas muitas vezes tão ou mais complicadas que acertar as perguntas sobre Língua Portuguesa, informática, ou legislação. Porém, de acordo com o professor de Educação Física Walter Molina, ainda é comum os “concurseiros” negligenciarem a preparação física. Ele conhece casos extremos, como o de um potiguar aprovado em 4º lugar nas provas escritas de um concurso nacional para a Polícia Federal, em 2010, e que terminou perdendo a vaga devido ao não cumprimento das exigências nos testes físicos. Levantamentos informais, em nível nacional, apontam que nos concursos mais exigentes a reprovação nessa fase do certame chega a ser de dois em cada cinco candidatos. Atualmente, o concurso dos Correios, para os cargos de carteiros e operador de triagem e transbordo, é um dos que exige a preparação. A avaliação de aptidão física constará da realização de flexões na barra fixa, teste de força no dinamômetro e corrida de 12 minutos. Os parâmetros variam conforme o sexo. Para os homens, por exemplo, será exigido um mínimo de três flexões na barra e 2.200 metros de corrida. Em outras áreas, como as de polícia e das forças armadas em geral, os testes são ainda mais amplos e exigem uma forte preparação. “O teste físico da Polícia Federal é para um verdadeiro atleta”, resume Walter Molina, pós-graduado em Treinamento Desportivo e que presta assessoria esportiva através da “Natal Runner”. Para quem vai enfrentar concursos com avaliação física, o fundamental é ler o edital com atenção, observando cada detalhe exigido nos exercícios, montar um treino com antecedência e focar no que é cobrado, além de buscar, se necessário, ajuda especializada. Bate-papo com o Prof. de Educação Física Walter Molina Tribuna do Norte - Teste físico ainda reprova muita gente nos concursos? Walter Molina - Muita. Fiz palestras em um cursinho recentemente e notei que os candidatos se capacitam demais na prova objetiva, estudam, investem tempo, dinheiro, abdicam de muita coisa, mas não investem em treinamento e no final o teste físico reprova bastante. Fala-se em até 40%, chega a isso? Sim, dependendo do concurso há muitas reprovações nos testes. Qual o principal erro? Deixar para a última hora, quando sai o resultado da prova objetiva. Muitas vezes não dá tempo de correr atrás. Essa preparação tem de ser paralela aos estudos. Só para ilustrar, uma pessoa que não faça nenhuma barra fixa, ou que não tenha esse hábito, demora em média de 20 a 30 dias para conseguir fazer a primeira. E entre o resultado das provas e o teste físico não dá tempo. Nos Correios, por exemplo, vão ser exigidas três barras. E das reprovações em testes físicos, 90% são na barra fixa. E mesmo quem já tem algum condicionamento, é importante focar a preparação nos exercícios exigidos? Certamente. Caso contrário até o emocional pode pesar contra? Com certeza. E não é só isso. A atividade física é um complemento dos estudos, porque melhora o condicionamento físico e pulmonar. Melhorando isso você melhora até sua postura nos estudos. Você passa mais tempo sentado sem sofrer com dores nas costas, desconforto, incômodo, porque o estudante normalmente começa sentadinho, depois vai escorregando na cadeira e já, já está deitado. Mais que isso, a melhoria do condicionamento físico se reflete em uma melhor concentração e na questão do fluxo sanguíneo, que melhora, o que facilita o aprendizado, evita os “brancos”, aumenta a disposição para os estudos e a concentração na atividade. E nos testes o que geralmente é exigido? Nos Correios teremos barra, corrida e dinamômetro, que é o teste de força e se torna uma incógnita, porque não se encontra dinamômetros para treinar. Então é preciso treinar força nesses casos, porque quando o candidato chega nos testes muitas vezes não sabe nem o que é um dinamômetro. E nos demais concursos? O mais comum é a exigência de abdominais, a corrida de 12 minutos, os saltos em altura e em distância, as flexões de braço. Se o candidato de vez em quando já faz uma corrida, ou pratica um futebol no fim de semana, é suficiente, ou necessita um treinamento diferenciado? É preciso o treinamento específico. A corrida para um teste físico é diferente de uma corrida leve. É preciso de um ritmo forte, pois é uma corrida em torno de 10 a 12 km/h, uma corrida realmente efetiva. Já na barra, por exemplo, a Polícia Militar exigia apenas duas repetições e mesmo assim se teve dificuldade com os candidatos, porque as pessoas não estavam preparadas. Muitas sofreram e algumas não conseguiram passar nos testes. E não há possibilidade de abrir brechas? Está no edital, tem de fazer. Hoje o pessoal que aplica esses testes é altamente preparado (o processo é inclusive filmado, para dirimir dúvidas, ou servir de prova em ações judiciais posteriores). E algo que tenho percebido é que as pessoas simplesmente não leem o edital. Tem lá a prova física, mas as pessoas não se preocupam em ler. Esperam para ver o edital somente depois de passar na prova objetiva. Alguns já estão mais preparados e conseguem cumprir os testes, mas o risco é grande. E a demanda dos candidatos pela preparação física como está? Por exemplo, para os Correios? Ainda é pequena. Estamos tentando montar agora uma turma, para os Correios, o mais rapidamente possível, porque o concurso já está aí. E além dos Correios, o pessoal já deve ir se preparando para os próximos? Com certeza. Temos agora os Correios, mas ainda virão diversos concursos na área policial, devido principalmente ao fato de termos a Copa de 2014 vindo por aí. Provavelmente este ano já teremos os de oficial da Polícia Militar e está na eminência de sair o da Polícia Federal, que é a menina dos olhos dos estudantes e cuja prova física é para atleta, então não pode negligenciar de forma alguma, porque a reprovação é muito alta. É preciso sobretudo um planejamento, onde podemos envolver, além dos treinamentos, a questão da alimentação, do descanso e outros aspectos. Entendas as principais regras do teste físico As exigências na execução dos exercícios variam conforme o concurso. É fundamental o candidato verificar os detalhes e modificações existentes em cada edital. Barra fixa :: Para a posição inicial é exigido manter os braços estendidos e o corpo na vertical, sem contato com o solo; :: Os cotovelos devem se flexionar simultaneamente e o queixo tem de ultrapassar a parte superior da barra, sem se apoiar, e retornando à posição posição inicial, com os cotovelos novamente em extensão total. :: Não é permitido ao candidato tocar o pé no solo ou em qualquer parte de sustentação da barra, após o início das execuções, mas a flexão das pernas é geralmente aceita. :: Não é permitido receber qualquer tipo de ajuda física, nem utilizar luva ou outro material para proteção das mãos. :: Quem não atingir a performance exigida na primeira tentativa, normalmente tem direito a uma segunda, minutos depois. Corrida :: Normalmente incluem percursos de 12 minutos, dentro dos quais os candidatos têm de atingir uma distância mínima. :: É permitido seguir em qualquer ritmo, até mesmo caminhando, ou parando e voltando a correr. :: O candidato não é autorizado a abandonar a pista durante o teste, nem dar ou receber qualquer tipo de ajuda física. :: Com relação às corridas, não se costuma oferecer segunda tentativa. Saltos :: A posição inicial no salto horizontal exigido em concursos como o da Polícia Federal é atrás da linha de medição inicial, em pé, parado e com os pés paralelos, sem tocarem a linha. :: O candidato deve saltar à frente com movimento simultâneo dos pés. A marcação da distância será a partir da linha de medição inicial, até a marca no solo de qualquer parte do corpo do candidato que estiver mais próxima da linha. :: Geralmente é concedida uma segunda tentativa, levando-se em conta o melhor salto.

15 de maio de 2011

Marilson brilha em prova santista e conquista inédito hexacampeonato

Na 26ª edição dos 10km Tribuna, brasileiro vence e bate recorde da corrida

Por GLOBOESPORTE.COM Santos

O resultado dos dois últimos anos se repetiu na 26ª edição dos 10km Tribuna, disputada neste domingo, em Santos. O brasileiro Marilson Gomes do Santos garantiu o inédito hexacampeonato e a queniana Eunice Kirwa foi tricampeã, com ambos batendo os recordes da prova. Como nos anos anteriores, os dois chegaram isolados na frente e foram muito aplaudidos.

Entre os homens, Marilson recebeu muito apoio, durante e depois da prova. No início, o queniano Nicholas Kimeli Keter saiu forte e liderou até o quilômetros seis, quando foi alcançado por Marilson, que depois abriu vantagem, para cruzar a linha de chegada em 27m59s. Nicholas Keter chegou em segundo, com 28m21s, seguido do também queniano Joshua Kemei, com 28m43s.

- Levei até um susto. Ele, aparentemente, estava bem. Talvez tenha errado na estratégia, saído um pouco antes, mas fiquei preocupado, porque quando um queniano sai é dificil pegar. A minha experiência na prova contou bastante - revelou o hexacampeão, que festejou o novo título com a esposa Juliana Gomes, também corredora, e o filho Miguel, de três meses.

Nos metros finais, Marilson ainda olhou o cronômetro, para baixar em dois segundos o recorde de Vanderlei Cordeiro de Lima, que já persistia há 14 anos.

- Foi uma das corridas que mais me esforcei. Essa prova é muito importante, vim de uma maratona muito dura em Londres, estou cansado, não totalmente recuperado. Mas como eu gosto muito correr em Santos, gosto do público, que torce por mim durante todo o percurso, valeu - ressaltou o atleta 33 anos.

Único brasileiro a vencer a categoria masculina nos últimos 13 anos, ele também ergueu a taça em 2003, 2205, 2006, 2009 e 2010, além dos vices em 1999, 2004 e 2007 e o terceiro em 2000.

- É uma prova que me adapto bem. Eu gosto muito. Talvez esse seja o segredo. Uma corrida que se eu puder, estarei sempre. O Vanderlei é um grande atleta. Não era fácil bater esse recorde. Quando ele fez, estava em grande forma - encerrou Marilson.

Crianças que praticam lutas marciais ficam menos agressivas e aprendem princípios de respeito e disciplina

PORTAL DA EDUCAÇÃO FISICA.
Caráter masculinizador das lutas marciais é totalmente ultrapassado. Pesquisa é muito importante antes de escolher uma academia.
Portal IG
Com rápidos movimentos de braços e pernas, os doze alunos da turma de boxe chinês da Academia Shaolin, em Limeira, interior de São Paulo, chutam e socam o ar. A luta, conhecida como sanshou, palavra que significa “mãos livres”, é uma arte marcial bastante específica para o combate. Por isso, as idades de seus praticantes espantam: eles têm de 3 a 6 anos. É cedo demais para a prática de uma modalidade agressiva? Nada disso. Tammy tem apenas 5 anos, mas desde os 4 já sabe: chutes e socos, só no tatame. As crianças nunca entram em confronto direto e exercitam os golpes em aparadores e sacos de pancada. Em pequenos gestos cotidianos, como silenciar para ouvir o professor ou aguardar sua vez para executar um movimento, ela e seus colegas assimilam o significado de disciplina, companheirismo e respeito. “Ninguém aqui ensina a bater. Eles aprendem uma técnica através de brincadeiras, de exercícios para trabalhar a coordenação motora e o lado espiritual”, explica Cássia Soares Pompei, mãe de Tammy, professora e proprietária da academia ao lado do marido Nelson Pompei, atual técnico da seleção brasileira de boxe chinês. Para Cássia, o aprendizado das aulas estende-se à rotina de Tammy. “Além de aprimorar a coordenação motora, o boxe proporciona um gasto de energia necessário a crianças dessa idade. Ela passou a dormir melhor e ficou menos agitada”, diz. “O Pietro também aprendeu muito com o boxe. Passou a ser mais concentrado. Obedece melhor, respeita limites e passou a entender que ajudar o outro é fundamental”, completa Lídia Canvian, mãe do pequeno boxeador que divide o tatame com a menina. As meninas são maioria na turma – e também as mais beneficiadas pela prática. Para a psicóloga Vera Sugai, praticante de judô e estudiosa das artes marciais, o suposto caráter masculinizador das lutas marciais é totalmente ultrapassado. “Por meio dessas artes, a menina ou mulher penetra num mundo que não é o dela. Quando fazemos parte deste universo marcial, temos que ser mais rápidas, objetivas. As conexões neurais aumentam e ampliam nossas percepções. Com isto, ficamos mais inteligentes e equilibradas”. Disciplina vs. agressividade O estímulo à prática de uma luta costuma vir dos pais. Lucas, por exemplo, tem 3 anos e meio e, apesar da pouca idade, o pai, praticante de karatê, não hesitou em matriculá-lo no judô. “Esta arte é mais que um combate. É uma filosofia de vida, envolve o respeito ao próximo, o companheirismo, a superação dos próprios limites e de frustrações. É uma arte que ajuda na formação do caráter”, argumenta o pai, Pedro Paulo Allbio. Para garantir um ambiente saudável e adequado ao filho, Pedro Paulo visitou cerca de sete academias até encontrar a ideal. “Assisti as aulas, conversei com o professor, com o proprietário. Percebi que são profundos conhecedores daquela arte e que, além do foco filosófico, tinham também profissionalismo para lidar com crianças”, conta. “Ludicidade, adaptação dos movimentos e a não indução à violência e competitividade também foram fundamentais na minha escolha”, diz o pai. É preciso garantir que a escola de luta incentive a disciplina, não a violência. “As artes marciais sempre tiveram um papel fundamental na educação e constituição do caráter do ser humano. Se há uma pedagogia e filosofia no ensinamento, a criança não compreende os movimentos como um instrumento de agressividade”, explica o pedagogo e professor de judô Sumio Tsujimoto, da Kitô Academia de Artes Marciais. A fórmula funciona na academia de Limeira. “Nunca tivemos reclamação de pais em relação aos filhos terem aplicado chutes ou socos em coleguinhas da escola”, diz Cássia. Por Carla Hosoi

14 de maio de 2011

Por que fazer dieta deixa as pessoas com raiva?

POR: PORTAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA.
Exercício do autocontrole gera sentimentos de raiva, aponta pesquisa. Você pode continuar exercendo o autocontrole, e ainda assim você fica com raiva.
Diário da Saúde
Você acabou de decidir comer uma maçã em vez de uma barra de chocolate? Então estar se sentindo feliz, porque está fazendo o que é bom para você mesmo, certo? Bem, de acordo com pesquisadoras das universidades da Califórnia e Northwestern, ambas nos Estados Unidos, o mais provável é que você esteja com raiva. Wendy Liu e suas colegas realizaram uma série de experiências com alunos de graduação e concluíram que o exercício do autocontrole gera sentimentos de raiva. O achado não surpreendeu as pesquisadoras. "Ficamos surpresas que um monte de gente não veja isso", disse Liu. Autocontrole e raiva Outros estudos já haviam relacionado o autocontrole com o comportamento agressivo. As pesquisadoras decidiram concentrar-se nas dietas porque esta é uma uma das formas de autocontrole mais comuns no dia-a-dia da vida moderna. Os estudos médicos descobriram que pessoas em dieta tendem a ser irritáveis e agressivas, escrevem as pesquisadoras. A teoria mais aceita para explicar o fenômeno é que o uso do autocontrole desgasta a pessoa, que se torna menos propensa o usar o autocontrole novamente, tornando mais difícil controlar o comportamento agressivo. Mas as pesquisadoras projetaram seus experimentos para questionar essa teoria: elas queriam ver se as pessoas mostram uma tendência para a raiva mesmo quando não precisam exercer o autocontrole por uma segunda vez. E foi justamente isso o que ocorreu. "Não se trata de habilidades," disse Liu. "Você pode continuar exercendo o autocontrole, e ainda assim você fica com raiva." Evitar as tentações Então, se usar o autocontrole nos faz sentir raiva, haveria algo que possamos fazer a esse respeito? Uma dica, segundo as pesquisadoras, é não se colocar em uma posição onde precise usar o autocontrole para escolher uma comida saudável. Por exemplo, evite encher a geladeira com alimentos não saudáveis que você possa se sentir tentado a comer mais tarde. Para isso, vai ajudar bastante se, no supermercado, você simplesmente não passar pelo corredor das comidas não-saudáveis. "Você não pode confiar somente na força de vontade", diz Liu. Opção cognitiva Você também pode tentar pensar de forma diferente sobre alguns alimentos. "A razão pela qual nós pensamos que o chocolate é gratificante é porque nós o associamos a uma gratificação imediata", explica Liu. Então, é só tentar mudar de ideia quanto àquilo que não faz bem à sua saúde - um sabor imediato e de curta duração realmente vale mais a pena do que dias, meses e anos inteiros lastimando o fracasso da sua dieta?

12 de maio de 2011

Aulas de educação física melhoram rendimento escolar

Portal da Educação Física
Estudo reforça que as atividades físicas são benéficas não apenas para o corpo. Crianças com notas abaixa da média apresentam melhora com a atividade física.
Diário da Saúde
Diminuir as atividades físicas e recreativas para que os estudantes fiquem mais tempo na sala de aula, em vez de melhorar as notas, tem um impacto negativo sobre o aprendizado. A revelação foi feita durante a reunião anual das Sociedades Acadêmicas Pediátricas, que está se realizando em Denver, nos Estados Unidos. O estudo reforça as evidências de que as atividades físicas são benéficas não apenas para o corpo, mas também para a mente. Atividades físicas criativas Kathryn King e Carly Scahill, pediatras do Hospital Infantil da Universidade da Carolina do Norte, testaram um programa de atividades físicas entre crianças do primeiro ao sexto ano, todas apresentando notas abaixo da média. Antes do programa, as crianças tinham uma única sessão de atividades físicas de 40 minutos, uma vez por semana. As aulas de educação física foram estendidas para toda a semana - 40 minutos por dia, cinco dias por semana. Mas não se trata apenas de correr, saltar ou fazer polichinelos. O programa envolve atividade de treinamento de movimentos, como traçar formatos no chão com giz ou dar nomes às cores de cada degrau enquanto saltam para baixo ou para cima por uma escada colorida. Crianças maiores também participaram de exercícios monitorados em aparelhos, como uma esteira que mostrava noções de geografia enquanto a criança corria ou uma parede de alpinismo cujos números vão mudando conforme a criança ascende na escalada. Mente sã em corpo são As pesquisadoras compararam as notas dos estudantes em testes padronizados antes e depois do programa de atividades físicas. Os resultados mostraram que o tempo investido nas atividades físicas e lúdicas tem bom retorno. O percentual de estudantes que atingiu a nota mínima passou de 55% antes, para 68,5% depois da participação no programa.

10 de maio de 2011

Dormir muito ou pouco pode envelhecer o cérebro em até sete anos

Tempo ideal de sono estaria entre seis e oito horas diárias.
Minha Vida.com.br Portal da Educação Física
Exagerar nas horas do sono é prejudicial tanto quanto dormir pouco. Um estudo feito pela University of London, Inglaterra, e publicado pelo periódico Sleep, indica que dormir menos de seis horas ou mais de oito horas diárias pode envelhecer o cérebro em até sete anos, já que aumenta a velocidade do declínio cognitivo e afeta habilidades, como o raciocínio. A pesquisa alerta que a piora das funções cerebrais pode até mesmo adiar o declínio físico, causando morte precoce. Os testes feitos pelos pesquisadores mediram memória, raciocínio, vocabulário, fluência fonêmica, estado cognitivo global e fluência semântica em 5.431 voluntários (1.459 mulheres e 3.972 homens) de 45 a 69 anos de idade, durante cinco anos. Entre as pessoas que dormiram mais do que o recomendado, 7 a 8% tiveram resultados inferiores em todos os testes cognitivos, menos nos relacionados à memória verbal de curto prazo. Já entre os que dormiram menos que o indicado, um quarto das mulheres e 18% dos homens sofreram diminuição em sua capacidade de raciocínio e vocabulário. Os pesquisadores observaram que as mulheres que dormiram por, aproximadamente, sete horas por noite renderam os melhores resultados de todas as medições cognitivas, seguido por seis horas de sono. Os homens obtiveram resultados satisfatórios quando dormiram entre seis e oito horas, sendo que apenas sonos muito curtos (de menos de seis horas) ou muito longos (mais de oito horas) foram associados a resultados baixos. Assim, pessoas que dormem o tempo ideal, segundo a pesquisa, vivem mais. Enquanto pessoas que dormem tempo insuficiente possuem suas capacidades cerebrais reduzidas, quem dorme o suficiente fica mais longe de doenças mentais e físicas, garantindo melhor qualidade de vida no período que precede a terceira idade. Garantindo uma boa noite com alimentação Para garantir uma boa noite de sono, até mesmo a alimentação tem um papel importante. Segundo a nutricionista Salete Campos , do Hospital de Clínicas da Unicamp, existe nos alimentos uma substância que favorece o trabalho do nosso corpo em restabelecer o equilíbrio durante a noite: o triptofano. "Uma vez no cérebro, ele aumenta a produção da serotonina, substância conhecida como o hormônio do bom humor, que tem poder sedativo e ajuda a induzir e melhorar o sono". Essa substância pode ser encontrada em carnes magras, peixes, leites e iogurtes desnatados, queijos brancos e magros, nozes, banana e leguminosas. A serotonina ainda regula o nosso relógio biológico. A insulina também tem papel importante no padrão do sono. Hipoglicemia, ou baixa quantidade de açúcar no sangue, costuma ocorrer à noite porque é quando não nos alimentamos. Quando o nível de glicose cai, a adrenalina é liberada como uma fonte secundária. Como o hormônio é estimulante, pode causar distúrbios do sono. Por isso, é necessária a ingestão de carboidratos. "Eles favorecem o aumento nos níveis de insulina, que auxiliam na 'limpeza' dos aminoácidos circulantes no sangue", explica Salete. Algumas fontes de carboidratos são pães, cereais, biscoitos, massas, arroz, frutas, legumes, granola e polenta. Vitamina B6 e magnésio são outros nutrientes essenciais para que o organismo esteja em paz na hora de ir para a cama. Segundo Salete, os dois também estão envolvidos na produção da serotonina. A vitamina B6 está presente em frango, atum, banana, cereais integrais, levedo de cerveja, arroz integral, cará e semente de gergelim. O magnésio em alimentos como tofu, soja, caju, tomate, salmão, espinafre, aveia e arroz integral. Além de saber o que fazer, é bom ter consciência do que é preciso evitar. Se o objetivo é deitar e relaxar, não exagere na quantidade de alimentos e na ingestão de comidas gordurosas. Entretanto, de nada adianta refeições equilibradas e ricas nos itens acima se antes de dormir não houver cautela com as bebidas consumidas. Para não correr o risco de ter uma noite de sono agitado ou com pesadelos, a orientação da especialista é não beber líquidos que são fontes de xantina e cafeína, que estimulam o sistema nervoso central. Entre eles: chocolate, café, chá preto ou mate, guaraná, refrigerantes à base de coca e, claro, bebidas alcoólicas. No caso de serem consumidos, é aconselhável que seja quatro horas antes do sono. Se, mesmo observando as orientações acima, você acaba passando mais tempo tentando dormir do que dormindo de fato, a nutricionista diz que o chá de camomila é uma boa alternativa. "Uma florzinha de longa data, conhecida de nossas tataravós que sempre foi usada para acalmar crises de nervosismo. Ela tem efeitos relaxantes, ameniza a ansiedade e reduz a depressão".

9 de maio de 2011

Aulas de educação física melhoram rendimento escolar

Estudo reforça que as atividades físicas são benéficas não apenas para o corpo. Crianças com notas abaixa da média apresentam melhora com a atividade física.
Diário da Saúde
Diminuir as atividades físicas e recreativas para que os estudantes fiquem mais tempo na sala de aula, em vez de melhorar as notas, tem um impacto negativo sobre o aprendizado. A revelação foi feita durante a reunião anual das Sociedades Acadêmicas Pediátricas, que está se realizando em Denver, nos Estados Unidos. O estudo reforça as evidências de que as atividades físicas são benéficas não apenas para o corpo, mas também para a mente. Atividades físicas criativas Kathryn King e Carly Scahill, pediatras do Hospital Infantil da Universidade da Carolina do Norte, testaram um programa de atividades físicas entre crianças do primeiro ao sexto ano, todas apresentando notas abaixo da média. Antes do programa, as crianças tinham uma única sessão de atividades físicas de 40 minutos, uma vez por semana. As aulas de educação física foram estendidas para toda a semana - 40 minutos por dia, cinco dias por semana. Mas não se trata apenas de correr, saltar ou fazer polichinelos. O programa envolve atividade de treinamento de movimentos, como traçar formatos no chão com giz ou dar nomes às cores de cada degrau enquanto saltam para baixo ou para cima por uma escada colorida. Crianças maiores também participaram de exercícios monitorados em aparelhos, como uma esteira que mostrava noções de geografia enquanto a criança corria ou uma parede de alpinismo cujos números vão mudando conforme a criança ascende na escalada. Mente sã em corpo são As pesquisadoras compararam as notas dos estudantes em testes padronizados antes e depois do programa de atividades físicas. Os resultados mostraram que o tempo investido nas atividades físicas e lúdicas tem bom retorno. O percentual de estudantes que atingiu a nota mínima passou de 55% antes, para 68,5% depois da participação no programa. fonte: http://www.educacaofisica.com.br/noticias/aulas-de-educacao-fisica-melhoram-rendimento-escolar

7 de maio de 2011

Mau colesterol é tão mau assim?

Estudo aponta relação de ganho de massa muscular com maiores níveis de LDL. Descoberta poderá combater a perda de massa muscular devido ao envelhecimento.
Revista Época.com Portal da educação física.

A lipoproteína de baixa densidade (LDL), também conhecida como “mau colesterol”, não é tão má assim, segundo afirmou nesta quinta-feira (5) Steve Riechman, professor e pesquisador do Departamento de Saúde e Cinesiologia da Universidade A&M do Texas. Um estudo liderado por ele afirma que o LDL não é o “Darth Vader da saúde” que todos pensam, e que novas posturas médicas precisam ser adotadas frente aos efeitos da substância. O estudo de Riechman foi publicado no Journal of Gerontology e examinou 52 adultos saudáveis com idades entre 60 e 69 anos, mas que não praticassem com frequência nenhuma atividade física. O estudo, que submeteu esses participantes a uma rotina de treinamentos montada por especialistas, mostrou que os participantes que ganharam mais massa muscular também apresentavam os maiores níveis do mau colesterol. “Esse resultado foi bastante inesperado, e nos surpreendeu”, afirmou Steve Riechman. “Ele mostra que você precisa sim de um certo nível de colesterol LDL para poder ganhar massa muscular. Não há dúvida que se precise dos dois - LDL e HDL (o bom colesterol) -, e a verdade é que o colesterol, no geral, faz bem.” A pesquisa de Riechman não defende que se aumente os níveis de LDL no corpo, mas apenas aponta para o fato de que a substância não é tão vilã. “Você não pode simplesmente reomver todo o mau colesterol do corpo”, disse. O colesterol é um tipo de gordura encontrado em todos os seres humanos e que envolve nosso corpo; ele é composto pelo LDL e pelo HDL (lipoproteína de alta densidade), considerado “bom”. O LDL é visto como o vilão principalmente por ser responsável pelo entupimento de vasos sanguíneos, já que tende a ficar acumulado em nosso sistema circulatório. “O LDL é bastante útil (ao corpo humano). Ele age como um sistema de alerta que emite sinais quando algo está errado. As pessoas geralmente dizem que querem se librar de todo o seu mau colesterol, mas a verdade é que, se elas o fizessem, acabariam morrendo”, afirma o professor. Segundo Riechman, todo mundo precisa de uma certa quantia de LDL e de HDL. “O que precisamos é mudar essa mentalidade de que o mau colesterol é sempre o vilão - todos precisamos dele”, diz. O LDL funciona reparando e ajudando os tecidos humanos, enquanto que o HDL serve para “limpar” o trabalho do primeiro, eliminando os excessos do mau colesterol. Em excesso, o LDL realmente faz mal, mas ele é essencial para o ganho de massa muscular - portanto, diz o professor, quanto mais LDL no sangue houver de uma pessoa disposta a treinar fisicamente, melhor é o resultado. Riechman acredita que seu estudo possa ajudar no tratamento de uma condição chamada Sarcopenia - perda de massa muscular devido ao envelhecimento. Pesquisas sobre a doença apontam que após os 40 anos, o percentual de perda de massa a cada década é de 5% do total. A descoberta de que o LDL ajuda a ganhar massa pode, portanto, transformar o vilão em mocinho. “O importante é que o LDL, ou mau colesterol, serve como um aviso de que algo está errado em nosso corpo, e precisamos descobrir o que é. Ele nos dá avisos: seja de que estamos fumando demais, de que temos problemas de alimentação ou de que não estamos nos exercitando direito. Por isso, precisamos parar de sempre chamá-lo de ‘mau’ colesterol porque, afinal de contas, ele nem parece ser tão malvado assim”, afirma Riechman.

6 de maio de 2011

Atividade física ajuda a dormir melhor

Esporte, mesmo uma única vez por semana, aumenta o período de sono. Cuidados sobre intensidade e tipo de atividade devem ser levados em consideração.
Uai.com.br
Na hora de acordar dá aquela vontade de continuar na cama. Quando vem a coragem para levantar, as dores no corpo e a sensação de cansaço incomodam muito. É bem provável que essas sejam características do modo como despertam pessoas cuja rotina não é permeada pela prática de atividade física. Praticar qualquer esporte, mesmo uma única vez por semana, aumenta o período de dormir daqueles que sofrem de insônia crônica, problema que aumenta com a idade. E eles são muitos no Brasil, a dificuldade afeta aproximadamente um quarto da população, nada menos do que 46 milhões de pessoas. Baseando-se apenas nisso, já dá para deduzir que é preciso suar a camisa para ficar em paz com o travesseiro. Principalmente pessoas de meia idade e idosos com diagnóstico de insônia podem conseguir benefícios significativos na duração e qualidade de sono com a prática de atividades físicas regulares. Em torno da meia idade, o sono começa a mudar drasticamente, e é essencial criar hábitos que ajudem a melhorá-lo. O exercício aeróbico é uma estratégia simples que ajuda a dormir melhor e a se sentir mais revigorado. Mas também vale salientar que o exagero, assim como as modalidades competitivas, desgasta os músculos e libera ácido láctico, o que provoca dores generalizadas e faz o efeito inverso, nos deixando em claro. Se o exagerado não demora mais tempo para adormecer, ele tem um sono superficial e sai perdendo do mesmo jeito. A atividade física deve ser feita quatro horas antes de se deitar. Do contrário, sobra adrenalina e também fica difícil pregar os olhos. Desta forma, os exercícios além de melhorar o condicionamento físico, podem aperfeiçoar o sono e o humor de pessoas que sofrem de insônia ou, pelo menos, não têm uma noite de sono plenamente tranquilo. Fazer exercícios ainda ajuda na redução dos sintomas da depressão, a ter maior vitalidade e menos sonolência diurna. Características do sono O sono tem cinco fases. Quem desperta no meio da noite porque é sedentário, por exemplo, volta para a primeira delas a todo instante, ficando boa parte da madrugada no sono superficial. Nas pessoas ativas, as fases profundas não só duram mais como o sono é menos fragmentado. Elas despertam novas em folha. Dormir bem em média, oito horas por dia é sinônimo de disposição, como sabem os felizardos que ficam na cama o tempo regulamentar. As funções cognitivas melhoram e até os ossos e os músculos se regeneram com maior facilidade. É durante as fases três e quatro do sono que a glândula hipófise, na região cerebral do hipotálamo, fabrica seus hormônios, como o do crescimento, que estimula a síntese de proteínas e ajuda a recuperar as fibras musculares. Então, no dia seguinte, sobra pique para o esporte. Isso significa menor risco de lesões na prática de qualquer atividade, seja por culpa da fadiga muscular, seja porque a cabeça está mais lenta. Aeróbicos ou anaeróbicos? Em matéria de sono, a resposta é: tanto faz, desde que a atividade seja moderada e regular. Porém, alguns especialistas vêem nos esportes aeróbicos uma ligeira vantagem. Motivo: eles desenvolvem certas funções do corpo que influenciam indiretamente em uma noite de descanso ideal. O sistema respiratório, por exemplo, é mais exigido pela corrida do que pela musculação. E, quanto mais em ordem ele estiver, menores as chances de uma apneia, o popular ronco, e seus consequentes prejuízos para a recuperação completa do corpo durante a noite. FONTE: http://www.educacaofisica.com.br/noticias/atividade-fisica-ajuda-a-dormir-melhor

4 de maio de 2011

Controle de hipertensão em idosos ganha diretriz

Pressão arterial deve ser menor que 14 por 9 em pessoas de até 79 anos. Foram estabelecidos recomendações para a mensuração correta da pressão arterial.
Folha.com
Nesta semana, duas associações americanas de cardiologia lançaram, pela primeira vez, diretrizes para prevenção e controle da hipertensão em idosos. O consenso foi definido pela American College of Cardiology Foundation e pela American Heart Association. Segundo o texto, 64% dos homens e 75% das mulheres acima dos 70 anos têm pressão alta, o que aumenta o risco de infarto, derrame, diabetes e doenças renais. Mas apenas um em cada três homens dessa faixa etária e uma entre quatro mulheres controlam a pressão arterial adequadamente. O consenso estabelece que a pressão arterial deve ser menor que 14 por 9 em pessoas de até 79 anos, mesmo padrão para pacientes adultos. Mas, em idosos acima de 80 anos, a pressão máxima pode ser de até 14,5. Segundo Celso Amodeo, cardiologista especialista em hipertensão do HCor (Hospital do Coração), a pressão em idosos pode ser mais alta do que a considerada normal. "A pressão baixa nessa idade pode levar a mais internações, quedas e fraturas. Há pacientes com pressão maior que 14 por 9 e que se sentem melhor assim." Outra recomendação do consenso norte-americano é medir a pressão dos idosos sentados e também em pé. Isso porque a pressão pode mudar em diferentes posições, diz Marcus Malachias, presidente do departamento de hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia. "A pressão do idoso é mais baixa quando ele está em pé, o que chamamos de hipotensão postural. Assim, podemos controlar também essa medida", diz Malachias. O documento afirma ainda que o tratamento em idosos deve começar com mudanças no estilo de vida, como a prática de atividade física e o controle do peso. Se a hipertensão persistir, o tratamento com medicamentos deve ser considerado. Inicialmente, as doses devem ser as mais baixas e aumentar gradualmente. Os especialistas, no entanto, afirmam que o mais importante é individualizar o tratamento do idoso. "Diretrizes são orientações. O objetivo é conseguir a pressão mais baixa possível com a maior qualidade de vida", diz Amodeo. COMO DEVE SER O TRATAMENTO NÚMEROS DA PRESSÃO Em pacientes com até 79 anos, a pressão deve ser de 14 por 9, mas pode ser maior acima dos 80 anos NOVOS HÁBITOS O tratamento deve começar com mudanças no estilo de vida, que incluem menor ingestão de sal MEDICAMENTOS As doses iniciais devem ser as mais baixas e aumentar gradualmente se houver tolerância do paciente MEDIÇÃO A pressão deve ser medida com o paciente sentado e também em pé, já que, em idosos, pode haver variação em diferentes posições Por Mariana Versolato fonte: http://www.educacaofisica.com.br/noticias/controle-de-hipertensao-em-idosos-ganha-diretriz

3 de maio de 2011

Exercício intenso provoca mais queima de calorias após treino?

Estudo utilizou "câmara metabólica" para medir o gasto calórico. Pesquisadora se surpreende com a quantidade de calorias queimadas após os exercícios.
Folha.com

Dependendo para quem se faz a pergunta, a resposta a esta questão tanto pode ser um dos maiores mitos dos exercícios físicos ou uma das grandes verdades menosprezadas: existe mesmo um efeito de queima de calorias adicionais após a malhação? É uma questão antiga saber se o metabolismo acelera ou não durante horas após o exercício físico. O tema foi estudado pela primeira vez há um século e, ao longo dos anos, estudo após estudo, a ideia tem sido testada com resultados ambíguos. Alguns pesquisadores não encontraram efeitos após o exercício. Outros relataram efeitos tão pequenos que mal eram perceptíveis --um deles descobriu que triatletas masculinos queimavam apenas entre 12 e 30 calorias a mais após se exercitarem. Já outros constataram até 700 calorias adicionais gastas depois de uma longa e exaustiva sessão de ginástica. A última investida vem de uma investigação recente relatada pela publicação "Medicine & Science in Sports & Exercise". A autora principal, Amy A. Knab, da Appalachian State University, afirma que seu estudo é superior aos anteriores em função de um projeto cuidadoso. E os resultados são boas novas mais ou menos. Knab e seus colegas recrutaram dez homens, com idades entre 22 e 33 anos, que aceitaram passar dois períodos de 24 horas numa câmara metabólica, uma saleta que mede o gasto calórico de quem está dentro dela. Nem todos os homens eram atletas, mas precisavam ser capazes de pedalar uma bicicleta com vigor. Na primeira visita à câmara, eles tinham de permanecer completamente parados, sentados numa cadeira e movendo apenas os músculos ligados à alimentação introduzida por meio de uma câmara de compressão. À tarde, eles podiam se alongar durante dois minutos por hora. Eles deveriam dormir às 22h30. Às 6h30, eram acordados e dispensados. Em média, os voluntários queimaram 2.400 calorias nesse dia totalmente sedentário. A segunda visita à câmara acontecia dois dias depois. O processo era o mesmo, com uma exceção. Às 11h, eles pedalavam numa bicicleta ergométrica durante 45 minutos em alta intensidade. O exercício em si queimou em média 420 calorias, segundo Knab e seus colegas. Só que o mais interessante eram as calorias gastas depois. Nas 14 horas seguintes, os homens gastaram 190 calorias adicionais, aumentando o gasto calórico em 37%. "Foi uma surpresa." A pesquisadora achava que mais calorias poderiam ser queimadas, mas ela não esperava tantas nem por tanto tempo. Ela suspeita que um dos motivos desse efeito tão pronunciado se deve ao fato de o exercício ser muito intenso. Os homens passaram por um ciclo de 70% da VO2 max, a quantidade máxima de oxigênio que a pessoa pode inalar durante o exercício --um esforço que os faz respirar forte demais para conversar. E eles precisavam manter essa taxa por 45 minutos. Um estudo diferente, também usando a câmara metabólica, testou os efeitos do exercício moderado e não constatou a queima adicional. Nesse caso, os voluntários se exercitaram a 50% da VO2 max, nível que ainda permite uma conversação. Claude Bouchard, cientista do Centro de Pesquisa Biomédica Pennington de Baton Rouge, Louisiana, investigou o efeito pós-exercício com métodos convencionais, usando bocal e protetor nasal ou uma espécie de capuz ventilado, para determinar o oxigênio inspirado e o dióxido de carbono exalado. A partir dessas medidas, os pesquisadores podem calcular as calorias consumidas. Segundo Bouchard, eles descobriram que quando os exercícios são feitos da forma correta (e muitos não o são), calorias extras são queimadas horas após o esforço --mas somente quando os voluntários se exercitavam com a mesma intensidade e durante o mesmo tempo que as cobaias do estudo de Knab. Caso se exercitassem com intensidade maior ainda, queimariam ainda mais calorias. Um livro recente que Bouchard e um colega editaram comenta dois estudos que constataram o efeito. Os pesquisadores descobriram que se os voluntários corressem a 70% da VO2 max ou pedalassem a 75% dela, eles poderia queimar entre 300 e 700 calorias adicionais depois do fim do exercício, embora 700 calorias fossem incomuns. Não está claro por que calorias extras são queimadas depois de um período de exercício intenso, diz Bouchard. Parte do efeito pode se dever ao metabolismo energético após o exercício --o corpo começa a usar mais gordura e menos carboidratos na sequência de uma sessão forte de exercícios. Vários hormônios liberados durante o exercício permanecem elevados no sangue, acelerando o metabolismo. E as calorias adicionais podem ser consumidas quando o corpo reabastece o estoque de glicogênio, o açúcar armazenado nos músculos. Contudo, de modo geral, o efeito continua um mistério. Seja qual for a causa, garantem os pesquisadores, as calorias adicionais queimadas após o exercício podem ajudar as pessoas a perder peso. Infelizmente, quem pode perder maior quantidade de peso talvez sofra mais fazendo o exercício que gera a queima extra. A diretriz usual para a saúde geral é de 30 minutos de exercício moderado na maior parte da semana, o que é possível para a maioria das pessoas e deve melhorar a saúde cardíaca, mesmo que não queime calorias a mais. Segundo Bouchard, "esse é o tipo de exercício moderado que nós recomendamos esse é o alvo". Por Gina Kolata Do "New York Times"

fonte: http://www.educacaofisica.com.br/noticias/exercicio-intenso-provoca-mais-queima-de-calorias-apos-treino

Ataque cardíaco é mais perigoso quando acontece pela manhã

Danos no tecido cardíaco podem chegar a ser 20% mais elevados em quem tem o infarto entre as 6 horas e o meio-dia
Veja.com
Pessoas que sofrem um ataque cardíaco logo pela manhã tendem a ter 20% mais danos no tecido cardíaco e sequelas mais graves. Uma pesquisa publicada no periódico Heart Journal afirma que os infartos que acontecem entre as 6 horas e o meio-dia são mais severos do que aqueles que acontecem nos demais horários do dia ou da noite. Segundo o estudo, conduzido pelo Centro Nacional de Pesquisa Cardiovascular de Madri, na Espanha, em 811 pacientes, o ciclo natural do corpo de vigília e sono pode ser uma das resposta para a diferença. A equipe liderada por Borja Ibanez não conseguiu identificar, no entanto, quais os mecanismos exatos que fazem o infarto pela manhã ser mais perigoso. Uma das hipóteses levantadas é que durante o ciclo circadiano (ritmo do corpo durante o período de 24 horas) possa acontecer flutuações no sistema nervoso, nos níveis de cortisol e em outros fatores que aumentem os riscos do ataque cardíaco. Há ainda a hipótese de que existam diferenças na maneira como as células do coração funcionam nos diferentes horários do dia. Pesquisa Durante o estudo, descobriu-se que o grupo de pacientes que havia sofrido infarto pela manhã tinha os níveis das enzimas creatinoquinase e troponina 21% mais altos no sangue, quando comparados àquelas que tiveram o ataque em outro horário. Pela quantidade dessa enzima, os pesquisadores calculam que o coração de quem sofre um ataque cardíaco pela manhã acaba se danificando até um quinto mais. fonte: http://www.educacaofisica.com.br/noticias/ataque-cardiaco-e-mais-perigoso-quando-acontece-pela-manha

1 de maio de 2011

Obesidade: culpa pode ser de bactérias

Micro-organismos da flora intestinal e contato com substâncias tóxicas têm impacto no peso, diz ciência.
Estadão.com.br
Ganhar peso não depende apenas do equilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas e a energia gasta com atividades físicas ou da herança genética. Essa equação pode contemplar pelo menos mais três variáveis, como o tipo de bactéria que a pessoa tem em sua flora intestinal, o grau de exposição a substâncias tóxicas e a quantidade de cálcio que ela ingere, de acordo com pesquisadores brasileiros que ontem se reuniram para debater o assunto. O tema foi discutido no simpósio Causas não clássicas da Obesidade, durante o 15º Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica, em São Paulo. Um dos palestrantes, o endocrinologista Mário José Abdalla Saad, professor de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, diz que começou a pesquisar sobre o papel da flora bacteriana intestinal na obesidade há quatro anos e sua primeira pesquisa sobre o assunto foi publicada em 2006 pela revista científica Nature. "O número de bactérias que habita nosso intestino é 10 vezes maior do que o número de células do nosso próprio organismo. Por isso, achar que elas não têm nenhum papel relevante em doenças é um pouco de inocência", analisa. Segundo ele, bactérias presentes no intestino do obeso são diferentes das observadas no intestino de um indivíduo magro, tanto em ratos quanto em seres humanos. Agora, os cientistas investigam como essas bactérias interferem na gordura corporal. Uma das possibilidades é a de que alguns tipos de bactérias, mais frequentes no trato intestinal dos gordinhos, extraiam a energia dos alimentos e a repassem para o organismo do indivíduo, induzindo ao ganho de peso. Enquanto isso, outras bactérias, mais comuns no intestino dos magros, extraem e consomem essa energia, o que favorece a manutenção de um corpo esbelto. O objetivo das pesquisas é criar um tratamento para a obesidade com base no mecanismo de atuação das bactérias intestinais. "Só é preciso tomar cuidado para não aparecerem ‘milagreiros’ oferecendo tratamentos com antibióticos ou probióticos que prometam o fim da obesidade", alerta Saad. Ele explica que a "eficiência" das bactérias varia de pessoa para pessoa e que, hoje, os estudos ainda estão sequenciando o DNA desses micro-organismos para entender melhor o processo. Segundo o endocrinologista Alfredo Halpern, professor da Faculdade de Medicina da USP e membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), é plausível que o excesso de peso esteja relacionado a fatores que não são usualmente investigados como causas para o problema. Para ele, o crescimento da obesidade está atualmente desproporcional à modificação dos hábitos da população. "Não vale mais essa história de que o obeso é um sem-vergonha que come muito e que não se exercita. Há uma série de outros fatores que contribuem para isso", diz. Segundo Halpern, o trabalho de Saad traz um campo novo de estudos e uma esperança de tratamentos para o futuro. "Além de sabermos que obesos têm bactérias diferentes das de pessoas magras, algumas experiências mostram que se pegarmos as bactérias de um animal obeso e passarmos para o animal magro, ele tende a engordar", explica. Embalagens e pesticidas têm ligação com a gordura Entre as causas não clássicas de obesidade discutidas ontem no 15º Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica estão os disruptores endócrinos. São substâncias tóxicas que interferem na ação dos hormônios corporais e podem estar em plásticos, agrotóxicos, produtos de limpeza e embalagens de alimentos. A mais popular delas é o bisfenol A, que foi alvo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no mês passado - quando os fabricantes, em todo território nacional, passaram a ser obrigados a informar a presença do composto em seus produtos. Testes em laboratório comprovaram que substâncias como o bisfenol A, presente em latas de refrigerante e até em mamadeiras, aumentaram o risco de obesidade em ratos, relata o médico Nelson Rassi, chefe da Divisão de Endocrinologia do Hospital Geral de Goiânia e professor visitante do Jackson Memorial Hospital, da Universidade de Miami. Segundo ele, um levantamento nos EUA mostrou que 95% das crianças e adolescentes daquele país apresentam bisfenol A na urina. Outro composto que teria relação com a obesidade, segundo Rassi, é o ftalato, usado em plásticos, perfumes e loções. De acordo com ele, a substância teria a capacidade de aumentar o volume das células corporais. A tributirina, fungicida usado no tratamento de madeiras, exerceria efeito similar, diz Rassi. Professor da Universidade de Pernambuco, o médico Luiz Henrique Griz apresentou, com base em um compilado de estudos internacionais, a possível relação entre cálcio, vitamina D e ganho de peso: quanto menor o consumo desses nutrientes, maior o risco. "Vitamina D e cálcio não são uma solução mágica para perder peso, mas têm papel importante nesse processo." Maus hábitos ainda pesam mais na balança A obesidade tem sido alvo cada vez mais frequente de investigações científicas. E não é por acaso: os homens acima do peso, por exemplo, já são maioria no País e também na cidade de São Paulo, segundo o Ministério da Saúde. Além disso, 15% da população da cidade está obesa. Mas no caso da capital, os maus hábitos têm grande parcela de culpa. O paulistano está acima da média nacional no consumo de refrigerantes e carne gordurosa. E se exercita menos do que a maioria dos outros brasileiros: na cidade, só 13,7% da pessoas seguem as indicações da Organização Mundial de Saúde para a prática de exercícios, segundo a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (Vigitel). Por Mariana Lenharo